Lisboa é uma cidade cada vez mais internacional, e isso nota-se não só na invasão dos turistas, mas também na oferta culinária, que cresce e diversifica-se a cada dia que passa. Não é por isso de estranhar que, em pouco tempo, surjam não um, mas sim dois restaurantes iranianos, para apresentar uma comida ainda desconhecida da maioria dos lisboetas. Depois de falhar a visita ao Darchin, ficou a promessa de uma visita ao irmão Rose. Junta-se assim um grupo de amigos, e toca a descobrir as especialidades persas.
Num espaço bem arranjado, deparamo-nos com uma carta ainda pequena, com poucas especialidades, mas que nos deixam intrigados. Investigado o menu, começamos pelas entradas: uma sopa iraniana e um molho de iogurte com pepino e ervas. Do molho não reza a lenda - era normalíssimo, e semelhante ao que vemos em restaurantes gregos, turcos e semelhantes. É um molho que pede um pão tradicional a acompanhar mas que, infelizmente não estava disponível, sendo oferecido em troca um portuguesíssimo papo-seco. Ficou, assim, de lado o molho à espera de acompanhar os pratos principais. Já a sopa iraniana, essa sim, foi o ponto-alto da noite. É uma sopa diferente, com cevada, massa de arroz, frango, cenoura, cogumelos e cebola, acompanhada de um pouco de natas azedas (iogurte?) e de lima, para dar um toque ácido. É um daqueles pratos que à primeira se estranha, mas que rapidamente se entranha, especialmente numa noite fria como esta de inícios de Março, e que nos deixa absolutamente satisfeitos no final.
Devorada a sopa, seguem-se os pratos principais. Para um grupo, a melhor opção foi pedir uma dose de cada um dos pratos disponíveis, para poder aproveitar (e saborear) ao máximo. Sempre acompanhados de arroz com assafrão. ervas frescas e tomate (pouco) grelhado vieram para a mesa um prato de carne de vaca grelhada (um pouco dura e nada de especial), um típico kebab de borrego (agradável), um frango marinado em especiarias (bastante bom) e, o melhor dos pratos principais, uma perna de borrego com especiarias, com um molho delicioso onde se notam travos de canela, e que podia acompanhar mais pratos. A acompanhar o borrego, um arroz de favas e aneto, onde também sobressaíam as especiarias (e a canela). Depois de tanta comida, não havia mais espaço no estômago para as sobremesas e ainda bem, pois não havia ainda nada de tradicional, apenas o típico cheesecake e bolo de chocolate (de compra, certamente). Ficamos a aguardar outras especialidades numa próxima visita.
Uma nota final para o atendimento que, e citando uma das convivas, parecia saída de um episódio de “Fawlty Towers”. Um ponto a melhorar também.
An error has occurred! Please try again in a few minutes