D. Afonso II foi cognominado de “O Gordo” por ser muito gordo. As suas patuscadas com
D. Urraca, filha de rei espanhol, levaram-no a ser um dos grandes impulsionadores da dieta mediterrânica em Portugal e da fusão entre a cozinha castelhana (na altura Castela e Leão) e a portuguesa.
A ele lhe devemos a introdução, na nossa gastronomia, de pratos como o Biqueirão (boqueron) à Algarvia, as Lulas à Sevilhana, os Pimentos Padron na frigideira, as Tortilhas ou o Mexilhão e os Carapaus com Molho à Espanhola.
Introduziu a sesta depois de almoço e conta-se que no palácio real corriam fontes de Tinto Verano (a nossa sangria) onde a corte podia encher os seus copos à descrição em modo bar aberto. Imaginem...
Isto foi, claro, um devaneio sobre o papel que um rei também poderia ter como reformador de tradições culinárias, introdução de novos ingredientes e formas de confecção, a meu ver tão ou mais importantes para a definição da cultura de um povo que um qualquer foral de estímulo à agricultura ou à indústria.
Pena não ter sido rei porque se já comemos bem, comigo no trono teriamos todos, democraticamente, acesso a qualquer ingrediente ou refeição, independentemente do credo, raça ou estrato social.
Depois deste exercício de gestão institucional, vamos descer à terra para sublinhar que neste Afonso, O Gordo, ali bem junto à Sé de Lisboa, come-se tão bem como se na corte de Marie Antoinette estivéssemos.
De entrada, uma mescla de cogumelos silvestres com pão torrado mostrou um molho apuradissimo e um ponto de cozedura ideal. Seguiu-se um pica-pau de javali oriundo das montarias reais, digo eu, que embora um pouco seco (que javali cozinhado não o é?!) tinha um molho também pejado de sabor e tempero e umas batatas fritas rústicas que o escudavam na perfeição.
Seguiu-se um Polvo à Lagareiro macio embora com uma relação qualidade /preço que achei inflaccionada (22,5 euros por 2 tentáculos do cefalópode deixaram-me a aguar por mais).
Mas o melhor estava ainda por vir e dos fornos da cozinha real saiu um Leitão à moda da Bairrada com uma pele crocante de se ouvir estalar a metros de distância e um molho carregado de pimenta comme il fault. O molho do leitão é mesmo assim embora já hajam versões mais suaves que vejo como uma espécie de iogurte light, magro e sem lactose. Ou seja, sabem a ar atmosférico...
De sobremesa, recebemos a visita de um residente da abadia do reino (O Abade Priscos). Estava na sua melhor forma. Provámos também a sobremesa do chefe, uma panacota de frutos silvestres muito equilibrada.
Este espaço tem um triângulo bem conseguido entre decoração, arquitectura e ementa, todos bem alinhados transportando o comensal para os tempos medievais.
Para quem gosta, pode ainda deleitar-se com noites de fado em determinados dias da semana.
E para fazer honra ao Afonso, aqui vai uma sinopse do "Gordo" rei de Portugal, que tanto fez pelo nosso país. E apenas por isso e por esta boa experiência Gastro- medieval na baixa lisboeta, vocifero à viva voz: Viva o Rei! Viva a monarquia! (...da época).
D. Afonso II nasceu em Coimbra, em 1185. Filho de D. Sancho I e de D. Dulce de Aragão, casou com D. Urraca, filha de Afonso VIII de Castela.
A principal preocupação de D. Afonso II foi a administração do reino. Prosseguiu também com o alargamento do território. D. Afonso II faleceu em Santarém, em 1223. Jaz no Mosteiro de Alcobaça.
Uma experiência Incrível.
Atendimento 5*.
Comida bem confeccionada (Leitão à Bairrada estava ótimo)
Fadistas + músicos de um nível muito elevado, não basta cantar é preciso sentir e passar a mensagem e claramente eles sabem-no fazer.
Recomendo vivamente o D.Afonso O Gordo!
Andávamos a procura de um restaurante onde pudessemos dar a provar a umas amigas estrangeiras alguns pratos portugueses e sinceramente entrar aqui não foi uma escolha muito pensada, até porque quando vimos a pontuação era de 3.8, nada de especial.. mas já era tarde e tinhamos mesmo que entrar nalgum sítio para almoçar. Ao entrarmos vimos um espaço extremamente agradavel e onde passava baixinho fado, o que nao poderia ser melhor. Começamos por fazer os nossos pedidos sem grandes expectativas, dada a pontuação, e o staff começou logo a marcar pontos. Tanto a pessoa que penso ser o chefe de sala, como o outro empregado que nos serviu as bebidas foram extremamente simpáticos, educados e atenciosos. Quando chegaram os pratos fomos novamente surpreendidas pelos sabores maravilhosos e pela apresentação dos mesmos. Esta visita foi a prova viva que não nos devemos levar pela pontuação dos restaurantes. Para mim foi, sem dúvida alguma, 5 estrelas. O timming entre as entradas, prato principal e sobremesa são prefeitos sem que o cliente sinta que o estao a despachar ou a fazê lo esperar demasiado. Acima de tudo, nesta experiência, embora tenha sido tudo muito bom, ressalto o atendimento. Deixo aqui o meu muito obrigada pela forma como nos receberam e espero voltar brevemente.
Espaço muito bonito e acolhedor, com um atendimento atencioso e um normal tempo de espera. Comida saborosa e com boa apresentação! Preço das bebidas elevado
Alexander Sousa Fuentes
+4
Excelente atendimento. Muito simpáticos. O risotto de leitão estava mesmo delicioso. O leitão à bairrada deixou um pouco a desejar... não estava mau mas está longe de ter a qualidade do leitao típico desta zona. Uma boa experiência no geral, recomendo.
Cozy atmosfere, professional waiters, tasty food. Everything here is satisfactory and worthy. First restaurant I found with real Português food but different from all others stereotyped menu you find in Lisbon. All this in the heart of Lisbon. Highly recommended.
Simply amazing. The pork is to die for. The octopus was perfectly cooked. The wine selection is amazing, and the beer selection is ok for Libson.
Fui ao D. Afonso O Gordo depois de ouvir falar bem da bochecha de porco e como grande apreciadora, tive que ir conferir.
O espaço é bonito e o atendimento excepcional.
E realmente, tenho que tirar o chapéu para as bochechas que estavam bem suculentas e saborosas.
Local localizado perto da Sé de Lisboa e fácil acesso.
Ao nível de espaço, está muito bem decorado, lembrando, e tem música ao vivo.
A comida é ótima e muito bem servida.
Os preços considero ser adequados face à qualidade.
Pecam pelo atendimento ser um pouco demorado.
Fado em lisboa, em boa mesa em contexto histórico.
Situado no centro de Alfama, D. Afonso "O Gordo" e um restaurante com bastante afluência de clientes para fado (pelo que percebi) apesar se casa cheia consegui uma mesa para dois. Foi me servido leitão a bairrada e bom vinho acompanhar com a voz de Filipa Carvalho e convidados. Restaurante amplo e com historia, nao tendo a sensação de claustrofobia quando cheio, como acontece em quase todas as casas de fado em lisboa, serviço agradável e atencioso. Experiência possitiva.
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