Restaurante Epur

O Epur veio cá a casa algumas vezes durante o período de confinamento, por isso nada mais justo do que retribuir a cortesia assim que o restaurante voltou a abrir portas. Até porque ainda não conhecíamos o espaço e a curiosidade era muita. O espaço é arejado, sóbrio, quase espartano, cores claras, muita luz e uns belíssimos azulejos que se adivinha terem sido preservados de outras eras. E uma vista estupenda. O serviço é outro dos pontos fortes. Profissionalismo, simpatia e conhecimento profundo da matéria em mãos, seja vínica ou manducante. Dos menus de degustação agora apresentados apontámos para o de quatro momentos: começámos com o couvert de pães da casa e manteiga dos Açores, ótima, sem misturas ou complementos, dois mimos do chef, cavala e camarão, uma entrada de tomate, muito bem conjugado com cerejas dulcíssimas e beterraba tratada com mestria, o prato de peixe, muito fresco, filete, ostras e pepino, o de carne, porco preto e um extraordinário rolinho de beringela a envolver miso, uma pré-sobremesa onde se destacou uma bolacha sablé de chorar por mais, e a sobremesa em si, boa, mas a ficar um bocadinho aquém de outras que já se tinham provado cá em casa. Chocolate e framboesas, uma combinação segura que não surpreendeu, apesar das várias texturas em que foi apresentada.