Muitos empregados e serviço organizado e atencioso. De entradas camarões ao alhinho e choco frito, muito bons. Almoçamos peixe fresco grelhado que estava óptimo. Sangria muito boa. Restaurante de praia com carta com várias opções desde refeições rápidas a pratos mais elaborados. Para voltar.
De acordo com a Wikipedia, Boerderline é um padrão de comportamento anormal, caracterizado por instabilidade nos relacionamentos interpessoais, instabilidade na imagem de si próprio e instabilidade emotiva.
O Borda D'Água tem vindo gradualmente a adoptar alguns traços mais práticos deste síndroma, numa aproximação ténue mas inexorável entre "Bordas".
No Borda D'Água há um padrão de comportamento anormal caracterizado por instabilidade nos preços, instabilidade no serviço e consequentemente instabilidade na imagem que tem de si próprio.
Mas vamos ser justos. Este Borda, ao contrário do Border, tem coisas boas: uma cuidada seleção de matéria prima, com peixe fresco e de Mar (embora com pouca variedade), um DJ omnipresente com uma boa playlist" pézinho na areia" a tornar o ambiente trendy e descontraído e malta jovem a servir, muito esforçada e toda ela meia desfeita em sorrisos Pepsodent.
Tem uma esplanada enorme onde se pode comer com o pé quase na areia (atenção que tem que ser um pé com chinelo porque é obrigatório de acordo com a sinalética exposta) e onde ficámos instalados.
Escolhemos o peixe diretamente da arca e a escolha tombou para um robalo de Mar para dois. Antes, um casco de sapateira muito bem temperado e umas amêijoas que não abonavam na quantidade mas sim na qualidade. Até aqui o Borda foi uma boa surpresa mesmo quando a sangria sabia a xarope ao ponto de ter que a diluir com uma garrafa de água das pedras.
O que acho extraordinário e que neste Borda, em que um robalo para dois custou 60 euros, o mesmo só venha acompanhado com batatas. E ao pedir algum outro acompanhamento de legumes, que também aconteceu noutros bares vizinhos, teria que pagar um extra, ao contrário da vizinhança.
Isto porque neste Borda, a extravagância não é cobrar sangrias a 20 euros o jarro, cascos de sapateira a 17 euros ou robalos a 60 euros. A extravagância é pedir um grelinho ou uma cenourinha cozida para escudar um peixe grelhado. Isso sim, é um capricho! E o pica pau, que também custou quase 20 euros, nem sequer foi questionado se gostava de ser comido bem ou mal passado. Daí ter vindo, caprichosamente, em modo "galocha de borracha" porque assim entende o Borda D'Água ser a melhor maneira de servir lombo de vaca.
E claro que, por todas estas extravagâncias dignas da corte dos czars, acabámos por pagar perto de 160 euros por uma refeição para dois adultos.
Claro que nem fomos para as sobremesas não nos fossem dar um arroz doce e cobrar pela canela, que imagino ser à parte neste Borda...
Agora a lição a tirar: Há restaurantes com boa carta, boas matérias primas e com a bênção de estarem em cima da praia. Mas não será só por isso que se transformam em locais de peregrinação nem devem encarnar uma aura de fine dinning (ou fine lunching). É preciso ter os pés bem assentes na terra (neste caso, na areia) e perceber que os preços não podem ser galácticos só porque estou numa esplanada em tons de branco dentário com uma música em tons de chill out e um ambiente em tons de hurban beach. Tem que haver um serviço ao mesmo nível, um acolhimento caloroso e um atendimento rigoroso e profissional.
De outra forma os tais 160 euros que o restaurante cobra por um almoço de praia ficam no bordeline entre a frustração e a sensação de vazio. Mesmo com um prato cheio de boas ofertas e bem feitas.
Fui diagnosticado imediatamente pela minha mulher com síndroma agudo de borderline enquanto caminhava de regresso ao guarda sol... Instabilidade emotiva que durou até ao jantar, onde fomos ao Nana dos petiscos.
Mas isso é outra historia...
Bom uso das novas normas em relação ao covid 19. Voltaria para um almoço em família.
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