Setúbal é conhecido pelo choco frito e pelo peixe. Não deixa de ser curioso como cada vez mais é difícil encontrar um restaurante que dê jus a essa fama. O choco frito tornou-se moda e o peixe é servido como uma coisa qualquer. Porém, o baluarte do Sado, mesmo nas traseiras do tribunal, mantém a tradição e quebra essa tendência. Se querem peixe do mar, fresco e em quantidades generosas aqui é o local indicado. Das vezes que lá vou divido uma posta de cherne e fico consolada para o resto do dia - atenção, são postas com 800/850 gramas. Tornou-se também moda em Setúbal, coisa que não entendo, acompanhar o peixe grelhado com migas (de pão, batata, beterraba, de tudo e mais alguma coisa), deixando de ser um prato simples e leve para, na minha opinião, se tornar um misto de coisas confusas. No baluarte do Sado também os acompanhamentos ainda são o que eram e como devem ser: uma boa salada, com pimentos vermelhos assados e batata. Simples, sem complicação. Quanto ao preço, e dependendo do que se come, não é o sítio que fica mais em conta: pelo cherne paga-se à vontade 50 euros para duas pessoas, entre bebidas e acompanhamentos. No entanto, como tudo na vida, o que é bom e com qualidade tem um preço - depende só da disposição de pagar. E num local em que é o próprio dono que dá a cara, escolhendo, pesando e que nos assegura a frescura do peixe, fica tudo dito.

Gosto imenso deste restaurante. Visito todos os anos para comer as famosas sardinhas que são mesmo muito boas. E vou de Lisboa de propósito para isso.
Não é um lugar requintado, é barulhento e está sempre cheio, pelo menos no verão que é quando eu vou. Se não fizer reserva enfrentará uma longa fila de espera e se se atrasar, também.
Fora isso, come-se bem.