Eis que, para não quebrar a rotina, cá estou a despedir-me de Setembro com mais uma experiência gastronómica. Uma vez que a experiência anterior deu muito pano para mangas, resolvi continuar dentro do mesmo tema: Francesinhas...
Decidi visitar umas das casas de referência da Invicta, pelo menos em termos de fama, e fui jantar ao Bufete Fase, de forma a experimentar a tão badalada francesinha.
Situado na parte superior da Rua de Santa Catarina, se realmente quiserem experimentar este espaço, aconselho-vos desde já a deixarem o carro em casa. O estacionamento é muito reduzido no exterior, e se puderem utilizem os transportes públicos ou a Über, de forma a que não estejam preocupados com o carro durante o jantar.
O espaço do Bufete Fase, que foi recentemente ampliado e remodelado (2016), não permite grandes ajuntamentos de pessoas, ou seja, a grande maioria das mesas tem uma capacidade máxima para 2 pessoas, contudo existe sempre a possibilidade de juntar mesas, mas como espaço não é muito grande, de facto não é muito aconselhável. Existem no entanto, umas 3/4 mesas com capacidade para 4 pessoas mas a verdade é que não são muito confortáveis e o espaço a que estão confinadas também não é o mais simpático.
Nesta experiência, ficamos numa sala adjacente à sala principal, numa mesa para 4 pessoas junto ao WC, em que o espaço para as cadeiras não abundava, mas isso não é o mais importante, e à chegada ficamos logo a saber que não têm serviço Multibanco, o que, a meu ver, é um grande ponto negativo.
Hoje em dia, não faz sentido nenhum obrigar o cliente a andar com dinheiro. Se eventualmente, o estabelecimento tiver um ATM relativamente perto, ainda dou de borla, mas neste caso, o ATM mais próximo ficava na praça do Marquês. Ainda por cima, tivemos de ir a pé para não correr o risco de perder o milagroso lugar de estacionamento. Resumindo, entre ida e volta, uma viagem de 15 minutos... Desagradável no minimo...
Passado este obstáculo, chegamos então para iniciarmos o jantar e rapidamente fomos atendidos por uma senhora bastante simpática, D. Filipa, e que diga-se de passagem, nos atendeu durante todo jantar com um sorriso nos lábios. No caminho entre a entrada e a mesa, vimos ainda o Sr. José em frente à infra a preparar as famosas francesinhas. Esta foi uma coisa que me agradou profundamente. Poder ver a execução do que iria comer e a forma como era confeccionado. Todo o restaurante que o faz, é sinal que nada tem a esconder, e isso agrada-me.
Procedemos então ao nosso pedido, que foi simples, francesinha e cerveja de pressão, que diga-se de passagem é SAGRES... Bem, , quanto a isto não me vou alargar muito, e deixo ao vosso critério, mas preferia SUPER BOCK. Na cerveja de pressão até nem estranho muito, mas... falta ali qualquer coisa... Atenção que nada tenho contra as cervejas provenientes da capital, mas com uma iguaria tipicamente nortenha, merceia uma cerveja tipicamente do Norte do país. Numa casa destas, deveriam pelo menos dar a possibilidade de escolha ao cliente, pelo menos com SUPER BOCK de garrafa. Mas esta é uma opinião muito própria e também compreendo que os contratos assim obriguem, principalmente quando vemos tanta publicidade à Sagres espalhada por toda a casa.
Mas vamos lá então às francesinhas... Não pude também deixar de reparar à entrada, junto à área de confecção, nos montinhos de pão de forma já semi preparados para ir para a infra, de forma a que o tempo de execução da francesinha fosse mais rápido, e pensei cá para comigo que, se calhar esta tentativa de rentabilizar o tempo de execução poderia ter interferência no resultado final. Resultado: teve... mas veremos isso mais à frente.
O tempo de espera foi relativamente curto, cerca de 10 minutos sensivelmente e lá apareceram as nossas francesinhas acompanhadas por uma travessa de batata frita e com um pormenor de vir com uma linguiça no topo da francesinha.
O molho à vista desarmada pareceu-me algo liquido, embora apresentasse uma cor apelativa. Faltava analisar o sabor... Bom, mas sem nota artística. Diga-se que cumpria o requisito de ser um bom complemento à sande, embora o que de mais se notasse fosse o elevado sabor a tomate respetiva acidez.
O recheio, sem grandes invenções, era composto por fiambre, queijo, bife, carne assada e linguiça, tudo bem fresco e saboroso, mas infelizmente houve um pormenor que me desiludiu bastante. E deduzo que haja relação com aqueles montinhos de pão de forma pré preparados junto à área de confecção...
A cada garfada, o pão ia esfarelando à medida que ia absorvendo o molho, formando uma papa pesada e nada agradável no prato. Penso que isso se deve relacionar com os montinhos de pão de forma pré-preparados (ligeiramente torrados e com manteiga por cima), que pelo pelo facto de não estarem torrados o suficiente, fez o pão esfarelar.
Como um mal nunca vem só, uma palavra também para as batatas fritas... Congeladas e sem sabor... Uma desilusão também. Este é daquelas coisas que se me disserem antecipadamente que o estabelecimento em questão serve batatas congeladas, eu simplesmente prefiro não ir ou então pedir algo em alternativa que não tenha esse acompanhamento.
Para finalizar, o preço foi dentro da normalidade, 13.50 Euros por pessoa para uma francesinha com batata e 3 príncipes de "Sagres".
Resumindo e concluindo, deixo-vos a minha classificação de 0* a 5* relativamente ao "Bufete Fase":
Ambiente: 3* - aqui tenho de justificar pelo pouco conforto e pelo espaço apertado...
Comida: 4*
Serviço: 4*
Limpeza: 4*
Preço: 4*
Total Geral: 3.8*
Espero que tenham gostado desta experiência no "Bufete Fase". Apraz-me dizer só mais uma coisa relativamente a esta experiência... O sucesso no ramo da restauração é por vezes facilmente alcançado. O segredo está na manutenção desse sucesso através do equilíbrio entre tradição e inovação. Bem haja a todos.
www.atascadobrutus.com
An error has occurred! Please try again in a few minutes