A primeira vez que fomos ao Tamagoshi, o restaurante ainda se designava como “food fusion”. Pomposo para um restaurante de sushi, mas nem foi isso que mais nos chamou a atenção de início. Estávamos no longínquo ano de 2014, quando começaram a aparecer restaurantes de sushi com pinta na Grande Lisboa… e este chamava-se Tamagoshi. Aliás, era só olhar para o letreiro por cima da porta e não sabíamos se estávamos para entrar num restaurante a sério. Como podem ver em baixo…
Mas pronto, passando por cima do nome e do aspecto exterior que o fazia parecer um café, esse Tamagoshi Sushi Fusion foi uma excelente surpresa! E rapidamente entrou para a nossa lista dos melhores restaurantes de sushi da Grande Lisboa!
E foi por causa da comida! Porque sempre houve muitos a apregoar “sushi de fusão” mas poucos a fazê-lo realmente bem. Na maioria dos restaurantes do género, o que ainda hoje acontece é que a fusão são apenas molhos ou conjugações sem sentido nenhum. Mas o que o Chef Péricles Lacerda fazia no Tamagoshi não era isso, era quase arte!
Entretanto os anos passaram e o Tamagoshi fechou. O Chef abriu o Saiko no Estoril, onde continuou a espalhar a sua magia… mas para quem conheceu o Tamagoshi, não era a mesma coisa. Por isso, foi com enorme entusiasmo e uma brutal expectativa que soubemos da reabertura do Tamagoshi, no sítio original, há uns meses atrás!
Expectativa por causa do sushi, claro! O Tamagoshi não é um restaurante para ir ver gente e ser visto, não é um restaurante cheio de pormenores instagramáveis, não tem dj ao vivo durante o jantar, não aparece constantemente referenciado no Instagram de celebridades. Nope, nada disso. O Tamagoshi é sim um restaurante de sushi de fusão, para quem gosto de sushi de fusão maravilhoso! Onde nem são precisos os ingredientes mais caros e exclusivos, basta uma técnica apurada e uma capacidade acima da média de fundir sabores e texturas.
Podem escolher à carta, podem pedir combinados do Chef ou ainda pedir recomendações. Há sempre qualquer coisa fora da lista, perguntem ao Chef Péricles. E depois há algumas criações das quais nos recordávamos dessa primeira visita à 5 anos atrás e que continuam verdadeiramente maravilhosas: nos Gunkan, tanto o Egg (salmão braseado, ovo de codorniz, cebolinho, tarê e ovas) como o Maguro Hotate (atum, maionese de gengibre, vieira, ovas e micro ervas); o Kyabetsu (pasta de salmão com queijo e katsuobushi, tudo enrolado em couve lombarda) ou o Spice Crab Roll (com caranguejo de casca mole, goma wakame, salmão e ovas).
Nesta nova vida do Tamagoshi há ainda um Menu de Degustação às segundas e terças, que inclui uma catrefada de comida! Estamos a falar de sopa miso, spring rolls, temaki de salmão e hot rolls, antes de chegar um combinado de fusão (e sashimi fresquíssimo) com 32 peças. E ainda com a possibilidade de repetir! É a escolha ideal para quem ainda não conhece.
Nas sobremesas – como se alguém lá chegasse depois de tanto (e bom!) sushi – o Gelado de Gengibre é uma boa opção, mas o destaque vai para a Tarte de Lima. Deliciosa!
Ou seja, para quem está habituado ao sushi de buffet, barato e básico, não é isto que procuram. Mas para quem gosta mesmo de sushi, na sua versão de fusão, e procura sempre ser surpreendido, o Tamagoshi é um restaurante a visitar imediatamente. E depois frequentemente. Porque este renascer das cinzas, tipo Fénix, vai transformar o Tamagoshi numa das (re)aberturas do ano!
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