É bom navegar pelas ruas de Paço de Arcos e descobrir pérolas da boa comida, como a Casa da Dizima, a Adega dos Arcos ou a Casa Galega. Mas também pedras menos preciosas mas igualmente imperdiveis como esta "Marítima" que há 40 anos alimenta os nativos.

É por isso uma casa de habitués, normalmente moradores do bairro e comensais de galinheiro.

Isso mesmo, de galinheiro mas apenas porque almoçam e jantam com as galinhas. Bem cedo! Ao meio dia e um quarto a casa ja está cheia. Isto não é horário de turista. É horário de gente da terra, normalmente mais velha e que sabe comer. Tenho essa máxima de avaliar um restaurante como obrigatório quando tem pessoal acima dos 60 anos ou famílias com mais de 2 gerações à mesa (ou camionistas mas isso em restaurantes à beira de estrada, que não é o caso) .

Na Marítima comem-se pastéis de massa tenra. Come-se faneca frita. Come-se empadão, fricassé, panados, pastéis de bacalhau com arroz. Comida de conforto que já só se vê em casa da avó.

Uns filetes fritos de Sardinha que são um regalo. E melhor, sabendo eles que a Troika está adormecida mas pode acordar a qualquer momento, têm uma secção de "Menú Económico" permanente , com dois, três pratos a menos de 6 euros.

Eu comi o caldo verde. Saboroso. Os filetes de peixe galo. Bom polme mas um pouco moles talvez da fritura e uns pastéis de massa tenra que fariam inveja ao FrutAlmeidas (casa de Lisboa famosa por este petisco). Sempre com salada russa.

Como canta o artista naquela música da série "Cheers, aquele Bar" , é bom saber que há sítios onde toda a gente sabe o teu nome e fica feliz só porque apareces.

A Marítima é assim. Abre os braços a quem gosta de ser abraçado.