“Então, vamos almoçar fora?”
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Por fora entenda-se não sair de casa, mas sair da cidade. Ir a Pero Pinheiro!?!??!! (Óh rapaziada do departamento geográfico, aquilo ali tem um nome que faz o prato que este restaurante serve, chama-se: NEGRAIS)...É que nem sei bem o que é Pero Pinheiro...
Houve um dia em que a malta decidiu ir para aqueles lados (inspirada decisão), e passámos pelo Rei dos Leitões, o melhor leitão do universo, pelo Palácio dos leitões , o Lider Supremo dos Leitões, o Superherói dos Leitões e parámos à porta do Caneira. Sem razão aparente, na beira da estrada (os outros também o serão, mas ficam em ruas de trânsito mais lento, ou em esquinas, não no meio de uma recta.
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Gostamos muito da Dourada. Mas qual Dourada? Não há lista sequer. Acho que devem ter, mas nunca foi preciso abrir. A única vez que necessitámos de alternativa, quem não queria leitão assado, acabou por comer pezinhos de coentrada (que é uma especificidade, enfim), a conselho do atendedor, e foi também um óptimo conselho.
Mas foquemo-nos antes que a baba comece a transbordar: É um festim. Travessas de salada batatas e leitão fluem, acompanhadas de molheiras, pão denso e mal cozido, e vinho espumante da casa. Digo da casa, porque o rótulo diz Caneira. Também diz quem o engarrafa para eles, penso.
Começa o repasto sempre com um queijo fresco, que deve ter sido feito diariamente com o leite das vacas que habitam o terreno à frente.
Termina o repasto com o bacorinho. Uma forma de cerâmica (que nos é oferecida limpa para levar para casa), como se tivessem feito uma lobotomia ao bicho e que é preenchida com uma mistura diabólica e que a mim me lembra, por camadas algo como um Dom Rodrigo amêndoa por baixo, fios de ovos e canela, e que depois por cima leva uma segunda camada de toucinho do céu, e é queimado. Peçam um que tenha a mioleira bem cheia, que leva mais!!! Depois de comer leitão, comer um destes sozinho...é obra!
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O casinhoto foi sendo notoriamente ampliado. Do parque de estacionamento vêem-se as chaminés turbinadas que tostam bacorinhos em 3 minutos e 14 segundos cada, ao ritmo que a procura determinar, e às vezes ela determina muito.
O estacionamento próprio enche e depois começa a fila em ambas as bermas da estrada, mais uma vez numa recta em que os carros excedem seguramente o que seria indicado em termos de segurança. Muito olho a atravessar, para ambos os lados e duas vezes pelo menos. É excusado começar a refeição sem apetite, ou terminá-la de modo indigesto.
A entrada na casa, é feita pela “loja”. O balcão onde se levantam as encomendas (há pois é...caixas grandes com carne tenra lá dentro!), e onde estão as casas de banho separadas da sala principal.
Esta é gigante, com cavername de madeira no tecto, que ajuda a controlar os niveis sonoros (mas não demasiado), muitas e ditosas lembranças nas paredes, de fotografias antigas, a forais de utilização, prémios recebidos e graciosidades deixadas por clientes mais satisfeitos.
Para o fundo, há alguns espaços, pequenas antecâmaras revestidas a meia altura de madeira, que permitem uma maior privacidade.
O enorme balcão de um dos lados, contém quase a totalidade do produto a ser servido à excepção do leitão em si.
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Indo eu, indo eu, a caminho de Negrais
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#zomato40 #longepraburro #xixadaboa #verytypical
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