“Muitos anos a virar frangos”
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Ignoro de onde veio esta moda, ou como se estabeleceu, mas frango no churrasco, é bem capaz, de ser das coisas mais transversalmente aceites enquanto prato, na cultura nacional.
De Norte a Sul do país, existem churrasqueiras aos milhares, algumas casas com muito nome (CFM ouTourigalo) por exemplo, inclusivé chegamos ao limite de haver lugares, onde os restaurantes se degladeiam sobre qual o melhor, como A-Ver-o-Mar, ou a Guia, chegando a haver quem já tenha feito disso carreira nos mercados exteriores, como o famoso Chicken Peri-Peri do Nando's por alguns países da CommonWealth.
Também aqui toda a gente tem os seus favoritos e foi com estes que eu cresci.
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De vez em quando, lá me calhava descer a avenida e ir buscar o jantar. E ao dobrar a esquina, lá estava aquela treta de fila pacífica, enquanto eles viravam os frangos. E se durante o verão fazia sentido que a fila ficasse para o lado da Praça de Alvalade, durante o inverno, bem que se podia fazer ao contrário, contra a grelha, que do outro lado do vidro, nunca deixou demasiado cheiro e por outro sempre ia aquecendo.
O pedido é feito, ainda mal se transpôs a ombreira, Ali à beira, uma caixa metálica serve para em conjunto com o instrumento de tortura, cortar o bicho em partes diversas. Prefiro sempre a perna e coxa, felizmente que há minha volta, há quem prefira peito e asa. Assim as coisas fazem sentido.
Este frango, que é totalmente feito ali à frente, continua a ter um tamanho que diria mais pequeno que a maioria, mas suculento, e ignoro se do carvão que utilizam ou de qualquer outro item, tem mais sabor. Ou então sabe à memória, e esse sabor, como é sabido, é quase sempre bem recordado.
As batatas fritas obrigatórias (nem percebo como é que alguém compra batatas de pacote. Basta ir a uma churrasqueira e pedir apenas esse produto), estaladiças, ultra finas, com pouco óleo, mas aqui menos distintas da concorrência.
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Preferia a versão azul (a anterior). Na realidade, gostava mais até da anterior a esta, com as batatas em cascata a partir de um expositor de aço inox e vidro, onde havia uma uma concha inferior para encher sacos, e a grelha estava cheia em permanência, com os frangos a serem virados manualmente, num trabalho repetitivo, moroso (suponho que ardente também), mas de uma forma que quem via de fora, achava fascinante, pela automatização de quem o fazia. Era começar num canto e acabar no oposto.
Agora com a concorrência, a coisa tornou-se preta, e as filas diminuiram. O atendimento no entando, subiu de tom, que dantes, achava que eram primos dos funcionários da Conchanata mesmo em frente, particularmente as duas senhoras mais velhas que sempre considerei serem as proprietárias embora dessem no duro todos os dias.
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Pequeninos, como a sardinha.
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#zomato35 #chickenpiripiri #thegrill #oldschool
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