Já foi única e exclusivamente um "night club" mas hoje em dia é dos grandes restaurantes japoneses da cidade. Desconhecido da maioria dos lisboetas, o Silk Club, situado no número 14 da Rua da Misericórdia, em pleno Chiado, tem uma vista privilegiada sobre a cidade de Lisboa, fruto de se situar no sexto, e último andar, de um prédio que abraça o sol desde que este nasce, até que este se põem.
De Oriente a Ocidente, toda a zona baixa da cidade está ao alcance da nossa vista e só por isto já valia a pena a nossa visita. Mas o Silk Club é muito mais. O espaço é dividido por duas salas: uma interna e bastante acolhedora, com mesas espaçosas e poltronas super confortáveis nas quais estamos horas sentados e nem nos apercebemos; e um deck mais descontraído que se estende para a esplanada e acaba por se tornar no sitio ideal para fazer um jantar com a melhor e mais bonita paisagem urbana que Lisboa nos pode oferecer.
Sobre a mão do Sushiman Rui Sales, muitas são as iguarias nipónicas que por lá podem ser degustadas. Com alguns anos de experiência na arte do sushi, Rui trabalhou em restaurantes como o Midori, na Penha Longa, também teve a sua experiência internacional na cidade de Londres. Atualmente em Lisboa é responsável por dar vida nova ao Silk Club e fazer deste um dos restaurantes de referência no que diz respeito ao sushi. Mas passemos à mesa, as entradas quentes estão servidas. Primeiro, umas guiozas de vegetais e camarão ao vapor com um toque de foies gras e molho de soja levemente trufadas, o ideal para nos abrir o apetite. Em seguida vieram umas vieiras glazeadas com cogumelo enoky, molho tonkatsu e um toque de lima e pimenta sichuan. A doçura da vieira conjuga na perfeição com o "kick spicy" da pimenta, fazendo desta uma entrada obrigatória. Para as entradas frias as sugestões recaiam sobre o kimuchi, onde atum e salmão é servido num preparado de vegetais marinados em molho picante, seguido de um bife suculento braseado na técnica japonesa tataki, servido com maionese wasabi, pedaços crocantes e ervas aromáticas, qual dos dois o melhor prato.
Continuando o repasto, o sushi chega à mesa. Sake (salmão), maguro (atum) e unagi (enguia de água doce braseada) foram as escolhas e caramba a qualidade e frescura do peixe faz toda a diferença no sabor do mesmo, o grande destaque vai mesmo para a enguia, que apesar de ser um peixe pouco consensual, acabou por surpreender pela maneira que foi preparado e servido. A especialidade que se seguiu foi o uramaki de salmão, manga, pepino, rúcula selvagem, ovas de peixe voador e chili que é para lá de delicioso, terminando a refeição com um futomaki de caranguejo de casca mole, abacate, cenoura, pepino, tobiko e rabanete. Esta espécie de rolo, além de ser maior, tem um cuidadoso equilíbrio nos seus ingredientes. Destacamos ainda otoro e chutoro, duas experiências distintas variantes do toro, a parte mais nobre do atum. Chutoro de consistência tenra e otoro de textura sedosa, considerado o derradeiro sabor no sushi elevam em muito tudo o que conhecemos sobre sashimi. Os combinados também são uma excelente opção para quem quer degustar um pouco de tudo, seja sozinho ou acompanhado.
Para quem não é grande apreciador destas iguarias, pode sempre optar por um prato de carne. Rib eye beef com espargos e batata frita de raiz de lotus; kobe beef com salada verde, sal marinho e lima; hambúrguer de wagyu com salada de ervas, batata frita de raiz e lotus, maionese de wasabi e molho teriaki, são algumas das opções. Se quiser optar por um peixe, mas cozinhado, as sugestões recaem sobre o salmão marinado em miso e mirin envolto em tsume e black cod marinado em miso e mirim com chili de miso. E como ja se sabe não há refeição completa sem sobremesa, o destaque vai para o creme brûlée com miso, juntando uma sobremesa clássica a um sabor bem japonês.
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