“Os media, o consumidor, noções de qualidade global e preço”
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Em termos de Marisqueiras em Lisboa central, a Almirante Reis, embora seja uma grande avenida é bem capaz de possuir a maior concentração.
A Marisqueira do Lis, não é de todo a mais conhecida do quarteirão. E eu pergunto-me o porquê. Não me importo com a separação das águas, é uma provação que não desejo possuir, a de ter de estar de pé, à espera de lugar para comer. E não podendo ser “da casa”, porque não posso frequentar todas as semanas, prefiro um atendimento cordial, simpático para toda a gente, inclusivé os que entram pela primeira vez.
De público heterogéneo, povoa-se entre os conterrâneos, os turistas rejeitados da concorrência (pelas enormes filas e não pelo porteiro, entenda-se), e asiáticos locais. Esta largura de banca, afigura-se como a própria vivência da Avenida, que desagua no mais perfeito “melting pot” da cidade.
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É marisco, por isso não escolho, pergunto (isto provavelmente não tem que ver com marisco, tem que ver com opção).
Tenho os meus favoritos é certo, mas não são obrigatórios. Há uma série de saladinhas do dia, com que sabe bem começar (buzios, polvo, ovas, orelha), seguidas depois de torres de conchas de diversos tamanhos e origens, onde a primazia vai para o molho de lingueirões (que bicho tão feio, nem sei quem foi o autor da descoberta de que aquilo era comestivel, mas agradeço-lhe bastante), seguido de conquilha que é cada vez mais rara, ou proibida ou lá o que é, e canilha, que essa sim é mais provável de encontrar, mas a escolha está dependente da careta que me fazem quando a peço.
Depois passa-se aos coisos, por ordem decrescente de importância. Cavacos (ou bruxas se da Nazaré) raros e santola, com muito mais sabor do que a sapateira.
Isto é um exagero e nunca acontece na mesma refeição, mas são os mais comuns, excepto quando nos referem, porque é que não experimenta: ...(colocar aqui qualquer coisa)...? Ao qual nós tendencialmente acedemos. Facilmente. Porque sabemos que vamos ficar satisfeitos.
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É bastante mais confortável que os outros. A distância entre mesas permite uma circulação apressada sem entraves, e a própria arquitectura, faz com que o ruído ambiente se dissipe, ao haver degraus, salas com ângulos, tectos de alturas diferentes, etc. Um balcão frontal, sala de acessibilidade universal, escadas enviesadas com enorme gigante cozinha do lado esquerdo, bem visível pela janela, sala profunda com aquário ao inicio e tanque gigante de viveres ao fundo e continuação para o lado esquerdo, para os mais sossegados.
Tem estacionamento próprio, com acesso directo ao interior do restaurante (isto em Lisboa, é inestimável), embora a saída no meio da sala de cima, seja um pouco estranha. Tenho sempre a sensação, de que ou vão entrar os noivos, ou que os turistas acham estranho que em Portugal, as famílias vão à casa de banho todas juntas.
O atendimento como quase todas as outras marisqueiras: camisa de cor clara, calça preta, uma pressa dos diabos e um sorriso na boca, que ao fim de dois dedos de conversa e mesmo que a casa esteja totalmente num caos, se transforma em algo mais, em “savoir faire” de anos de trabalho na indústria de entretenimento de consumidores.
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Se houver apenas duas portas onde entrar, prefiro esta.
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