“O underdog das pizzas de Lisboa”
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Dei-me conta desta injustiça. Esqueci-me dos Esperança. Obliterei-os quando até os aprecio bastante, algo que no mínimo pode levar a uma resolução amigável de relação ou menos uma linha no testamento. E eles têm razão em fazê-lo neste caso.
Provavelmente devido à quase invisibilidade de ambas as casas, pela localização intrinseca em cada bairro, pela arquitectura depurada, pelo estilo low profile, que amanhã não quero abrir já mais dez casas (sim, meus caros, que depois de abrir esta “rede” de dois, já houve outras que abriram, esticaram, replicaram, encolheram, disseminaram, implodiram, tal como a massa da pizza).
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Estas são as combinações mais fiéis, aquilo com que me alimentei algum tempo lá no outro país que vive da fama das pizzas. Estão quase alinhadas em fila na secção dita gourmet, com muita pena minha naquilo que acaba por ser o detractor de mais idas. Eu gosto das mais caras, e as mais caras, pagam-se bem. A tartufo (cheira a gás), a fiore di zuchini (caramba, com tanta courgette por cá, ninguém consegue sacar umas flores?), a di Patrone com a burrata já totalmente fundida, e a calabresa porque tem tudo aquilo que os americanos dos filmes insistem em rejeitar como anchovas e alcaparras; comem-se bem demais.
Não é obrigatório que a refeição seja apenas pizza, até porque nos dias que antecedem a época do bikini, acaba por ser usual dividir apenas uma (e óh que luta para a conseguir eleger), com uma das saladas existentes que superam e bem as da concorrência, sendo as mais substanciais a Esperança e a de queijo de cabra.
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A da esplanada. Bem semi esplanada. Tem aquela fiada perdida do lado da Sé, mesmo por baixo daqueles pedregulhos periclitantes que podem levar a um nível completamente distinto o: “falta-lhe aqui uma pedrinha de sal”, e tem o restaurante em si, cujas vidraças se abrem especialmente para as noites de verão, mesmo agora que davam jeito fechadas para manter lá fora as hordas de turistas.
É minimalista, como referido. Cores sólidas, materiais naturais nas mesas de cadeiras, traços simples na cutelaria e loiças vidros transparentes, sem marcas, sem grafismo, sem nada mais que a matéria crua e a comida.
Em relação à irmã, o pé direito tem o dobro, e faz quase com que pareça “desarranjada” com o balcão solto junto à entrada principal, e o corropio para ir à cozinha lá ao fundo.
As famílias entretem-se ao almoço, os casais e grupos de amigos ao jantar. E sim. Apesar do barulho, há alguma coisa de romântico no meio daquilo, com a luz mais atenuada, e as mesas a aparentarem serem ligeiramente profundas que os rotineiros 70 centímetros, com os rostos mais frente a frente. As paredes poderiam ser ligeiramente mais espessas para abafarem totalmente o sinal de rede e então aí sim, seria quase perfeito.
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Desculpem, que me esqueci sem querer!
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