Comentàrios Os Gazeteiros

Espaço e ambiente super descontraído mas cuidado. Serviço muito simpático e prestável. Pratos com comida de qualidade, originais, deliciosa combinação de sabores. Garrafeira com escolha variada de vinhos orgânicos e biodinamicos. Sem dúvida, a regressar muitas vezes!

Já estava nos “sítios a ir” há algum tempo e finalmente chegou o dia.
Ambiente despretensioso com a cozinha e garrafeira (as garrafas estão dispostas nas prateleiras existentes numa das paredes, com os preços nas mesmas, existindo opções portuguesas e francesas) à vista.
O menu do dia também está bem visível, na parede. O menu é fixo, ao jantar, sendo composto por três pratos e duas sobremesas. Para os vegetarianos o menu é adaptado. No caso, com uma pessoa na mesa a não comer carne, dois pratos foram reajustados só para essa pessoa; onde havia morcela, surgiram cogumelos deliciosamente salteados com alecrim e trigo sarraceno. Serviço simpático e preocupado em explicar e detalhar os diferentes pratos apresentados.
A regressar!

Não posso dar 5 estrelas porque o serviço não esteve à altura. Definitivamente o espaço apesar de pequeno não pode ter apenas uma pessoa a servir às mesas. Mais de 15m a ser ignorados depois de nos termos sentado não é forma de tratar clientes (reservei mesa e cheguei 5m antes da hora). Passando à frente ... tudo o resto agradou-me. A comida dentro do seu estilo é muito boa. Pratos feitos na hora (é um restaurante slow food), muito bem feitos e com combinações de sabores incríveis e que nunca tinha provado.Nada a apontar das entradas às sobremesas passando pelos pratos. Surpreende pela comida. Resolvam o problema do serviço (o restaurante têm anúncio a pedir colaboradores) e darei 5 estrelas

Sinceramente, ainda não sei como viemos parar a este Os Gazeteiros, quando o briefing inicial era: procurar uma esplanada, beber um copo e trincar qualquer coisa; acabando por redundar num menu de degustação de seis pratos, acompanhado por um branco fresquinho, é certo, mas sem direito a qualquer tipo de vista que não as construções decrépitas – ou pitorescas, se quisermos - numa rua inclinada em Alfama, a cozinha aberta para a sala e a atriz americana que estava na mesa ao lado. Mas em boa hora aqui viemos parar. O menu de degustação da casa (única opção disponível naquele dia, por 35 euros) é parco no uso do lume – à exceção do borrego, mas já lá vamos – e profícuo na utilização das aromáticas e demais vegetais biológicos da época, sendo todo ele orquestrado em torno da justaposição dos diversos ingredientes. E que sinfonia esta, senhores. Jazzística, certamente de improviso, aparentemente confusa, mas sempre com uma lógica subjacente que acaba por vir ao de cima quando tudo se conjuga no palato. Pleno de sabores complexos e inusitados, o jantar começou com uma entrada de salada de polvo com puré de abóbora Hokkaido e sésamo, que acompanhou com um invulgar caldo de polvo frio (com direito a pedra de gelo) que me parece que resultou da água de cozedura do dito e da junção de ervas aromáticas. Fresco e um excelente início de refeição. Seguiu-se um salteado de curgete, feijão verde e ervas onde brilhou um molho de azedas que estava fenomenal. Seguiu-se uma cavala marinada com tomate e mais uma série interminável de ervas que, à semelhança dos pratos anteriores, comprovou que o chef é um mestre dos verdes. Pedaços de peixe muito fresco arranjados na perfeição. Avançou-se para o prato mais de “lume” de toda a refeição, o borrego com brócolos, queijo de cabra e gelado de leite de cabra. Aqui a coisa resvalou um bocadinho, já que o borrego estava demasiado passado, mas a coisa foi ao sítio com o surpreendente gelado de leite de cabra e com a não menos surpreendente conjugação do queijo com o borrego. Talvez a surpresa seja só minha, que não gosto de queijo, mas fica o registo. Venham as sobremesas. O melhor será falar das duas em conjunto, visto que denotaram o mesmo campo semântico de sabores: a acidez das cerejas, das framboesas, do gin e do hibisco, colmatada com o leitelho e as avelãs. Ambas muito frescas e claramente sobremesas de verão, que satisfizeram sem deslumbrar. Gosto destes restaurantes onde vou metendo garfadas de comida na boca meio a medo para descobrir logo a seguir o suspiro de alívio das minhas papilas, que me dizem: “Deixa-te lá de fitas e come que isto é mesmo bom.”

Uma experiência gastronómica a um nível bastante elevado desde a escolha da produtos frescos e á confecção dos mesmo. Uma surpresa ao paladar a cada prato apresentado.
O espaço é fantástico, calmo e com jazz de fundo.
A cozinha é aberta para a sala e vemos tudo a ser cozinhado e preparado.
Quem lá trabalha, nota se que faz aquilo que gosta e tem muita atenção aos detalhes.
Muito ,mas muito bom mesmo, uma experiência incrível, parabéns!

Lisboa tem uma rua que engana quem vai ao engano: tem nome de rua (que lhe fica mesmo a tiracolo) mas não tem rua no nome. A mim enganou-me que troquei a rua pela não rua e em percurso adiantado levei, à procura da errada, os meus dois companheiros que se fiaram em quem não deviam. 

Esclareço: em Alfama, existem a rua das Escolas Gerais e a Escolas Gerais (que também é rua mas dela não tem o nome), para além das escadinhas das mesmas. Todas evocam o sítio onde foi implantada a primeira universidade portuguesa (com a denominação de Escolas Gerais ou Estudos Gerais) que neles funcionou entre 1293-98 (não se conhece exactamente a data da fundação) e 1537, com alguns anos de alternância com Coimbra, para onde se mudou definitivamente nessa data, enviada pela decisão de D. João III de piedosa e não muito alegre memória.

(Desintervalo o momento histórico-cultural)

Em dia de investigação gastronómica, juntaram-se 4 curiosos gastrónomos, com diversos modos de "trabalhar o produto", para a descoberta de um novo espaço, situado precisamente na rua das Escolas Gerais. Gazeteiros na aparência, mas em trabalho, a Os Gazeteiros rumaram e, entre conversas múltiplas, troca de informações, impressões, decisões, arvoraram o seguinte testemunho, da qual sou o único redactor e subscritor:

1. É o restaurante Gazeteiros uma interessante casa de comida, de sossegado estar visual, de descomplicada existência e fleumática postura, onde - pelo menos nestas horas de almoço e dias solares - sabe bem ficar, em troca de ideias ou olhares, de afectos ou cumplicidades. Da decoração pode dizer que foi levada a sério sem se levar a sério - não nos insulta com pose soberba, antes insinua um lado cosmopolita numa localização medieva sem com ela chocar.

2. Tem o Gazeteiros como oferta um menu de 3 pratos ao almoço e de 4 pratos ao jantar que mudam conforme o mercado e a disposição do cozinheiro. É tentador (e pode ser arriscado para o frequentador) mas merece atenção: trabalhar sem rede dá saúde e faz crescer. Os vinhos em oferta denotam cuidado na escolha, um chauvinismo francês que se faz por relevar e um exagero nos preços que é comum no país mas que roça o absurdo (quando o único serviço que, neste capitulo é prestado, é a abertura da garrafa e o fornecimento do copo).

3. Oferece o Gazeteiros uma comida de mercado, de conotação internacional, dispensando (pelo menos no menu experimentado) os hidratos mais quotidianamente nacionais. Sem prejuízo de nova interpretação, aparenta ascendência nas directivas da Nouvelle Cuisine (o que não deslustra - antes pelo contrário; com tanta proposta corrente a querer ser moderna sem passar de ser modernaça é agradável este despretensiosismo): leveza, frescura, inventiva.

4. Está aprovado o local. Actue-se em conformidade.

E viva a amizade.

Estacionamento: Deixar o carro no parque de estacionamento público situado junto às Portas do Sol. Se turista ou masoquista, vir de transportes públicos: o 28 - apesar das filas, apesar dos apertos, apesar dos carteiristas - é um veículo delicioso que nos faz perguntar porque raio não congregam esforços a CML e a Carris para estender o seu alcance à maior parte da cidade.

Muito bom. Tem multibanco!! E funciona muito bem.
A voltar!!! Uma delícia. Do melhor. Venham. São muito simpáticos. Uns amores. Gostei muito