Ainda que escreva sempre na ordem a que fui aos restaurantes, o Esquina foi, na realidade, o último de um fim-de-semana no Porto. Mas hey, é a minha centésima review e há muito tempo que não tinha um 5 debaixo da língua, por isso nada como virar a coisa do Avesso. Aliás, vou já tirar da frente o pior defeito do restaurante: estar numa esquina em Leça da Palmeira e não ao virar de uma esquina por Lisboa.
O Esquina é uma casa catita. Digo isto tanto pelo seu aspecto exterior, simples e arrumadinho, como do seu interior que de fora não se adivinha. Não sendo um restaurante grande é giro ver como mesmo assim existe um mood próprio a cada espaço; surpreendente para mim foi ter ficado na mesa que se vê da entrada, perto do ponto de passagem para a sala seguinte, e ter gostado do lugar. As mesas logo à entrada/pontos de passagem, na minha experiência, têm sempre problemas.
Sem problemas também, antes pelo contrário, foi todo o atendimento: simpático, prestável e caloroso do princípio ao fim (e, já agora, obrigado por nos guardarem as malas ^^).
Fomos apenas 3 pessoas que, ainda que com fome para uma última refeição antes da viagem, rapidamente percebemos que não conseguiríamos comer um de cada prato da ementa. Venha o couvert para nos entreter enquanto escolhemos, com um Hummus bem saboroso (mais que a manteiga) mas que apresenta um preço à cabeça… continuo sem perceber a ideia, mas de todas as vezes com que me deparei com isto esta é a primeira vez em que não só o preço não é ridículo, como ainda foram trazendo mais umas fatias de pão consoante eram precisas.
Abrem-se as hostilidades com as Vieiras Mexicanas, um daqueles pratos feitos para concentrar em cada garfada toda a mistura de texturas e sabores. Óptima cacofonia, e arrisco dizer que as partes crocantes (não, não são nachos) eram melhores ainda que as vieiras em si - mas sem dúvida que tudo junto vai melhor.
Seguindo a corrente, chega-nos à mesa umas Gambas Kataifi com a proeza de estarem lindas mas sem um sabor intenso a frito (o molho é para ir até ao fim!) e, um dos meus favoritos, o Pica-Pau do Mar. De aparência, este Pica-Pau parece ser o mais simples dos pratos mas de certeza que há ali uma mão especial qualquer para se ter o equilíbrio entre o sabor e a frangrância do mar e o paladar de cada um dos elementos. Repetia. Todos os dias.
Não que exista uma divisão na ementa mas outros dois pratos foram sentidos mais como principais. O primeiro prato, a Corvina, veio uma vez mais trazer ao de cimo os sabores de algo que é simples e bem confeccionado, com a parte mais peculiar do prato a ficar para os Pickles de Cogumelos - quem me dera que trouxessem mais alguns! Depois chega a vez dos Cogumelos e Gnocchis Trufados, coroado com um ovo que se desfaz pelo prato abaixo e, junto com o caldo no fundo, dá um sabor e união entre todos os elementos.
Olhamos para o relógio e ainda temos tempo antes de termos que seguir caminho...
Sobremesa? Antes de pedirmos uma, fomos ver como seria o meio caminho entre ela e o fim da refeição com o prato de Abóbora, Nozes e Queijo Fresco, que foi o que menos apreciei neste almoço - o crunch e sabor mais crú da abóbora não fizeram maravilhas por mim. Por outro lado, rematar a refeição com Coco, Ananás e Especiarias foi uma decisão acertada, uma sobremesa bem fresca e equilibrada no doce e na acidez.
*burp*
O almoço no Esquina do Avesso foi a aposta mais certa de todas as escolhas. E, ainda que o tenha dito antes, volto a mencionar que todo o staff foi realmente 5 estrelas, tanto pelas sugestões como pela conversa honesta sobre os pratos e tudo o mais - até já cá fora, à espera de Uber, um dos rapazes que estava na pausa veio perguntar se queríamos direcções para algum lado.
Espero voltar, tanto ao Esquina como ao novo (já abriu) espaço veggie dos mesmos donos.
An error has occurred! Please try again in a few minutes